Informação Sumária da Freguesia de Sago
Padroeiro: S. Miguel.
Habitantes: 223 habitantes (I.N.E.2011) e 343 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Agricultura e pecuária, vinicultura, construção civil, pequeno comércio.
Tradições festivas: S. Miguel (29 de Setembro), Senhora da Ajuda e Festa do Senhor.
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, Cruzeiro da Independência e Capela de Santo António.
Gastronomia: Cabrito assado no forno, enchido do porco.
Colectividades: Associação Bovina do Vale de S. Miguel de Sago.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS DA FREGUESIA DE SAGO
A Freguesia de Sago, com cerca de quinhentos habitantes e uma área geográfica de aproximadamente 281 hectares, localiza-se a cerca de cinco quilómetros da vila de Monção, a sede do concelho a que pertence, tem como actividade económica e de subsistência, a agricultura e pecuária, a vinicultura, o pequeno comércio e a construção civil.
Compreendendo os lugares do Perral Sago de Cima, Pedregal, Pinheiros, Tola, Fundevila e Carvalhal, faz confrontações com a Freguesia de Cambeses, a Norte e Poente, e com a Freguesia de Longos Vales, a Norte e Nascente. Com a Freguesia de Parada confronta pelo lado Sul.
RESENHA HISTÓRICA DA FREGUESIA DE SAGO
É na história medieval que Sago tem a parte mais importante do seu património cultural. A paróquia andou inicialmente na protecção da nobreza da região, como atesta o topónimo já perdido de Infantádego e a notícia de que existia aqui um palácio, no séc. XIII.
De resto, a instituição é talvez anterior ao séc. XII, e fazia parte do núcleo de paróquias originais do julgado medieval da Penha da Rainha, estando os seus bens sujeitos à anúduva, segundo as inquirições de 1258.
O Orago da freguesia é S. Miguel, cuja festa em sua homenagem se realiza no dia 29 de Setembro.
Outras festas e romarias se efectivam em honra e homenagem à Senhora da Ajuda e à festa do Senhor.
Do Património Cultural e edificado, realce-se a Igreja Paroquial, que se destaca de quase toda a freguesia, graças à estratégia da sua localização, a capela de Sto. António, antiga e recolhida em local isolado e o Cruzeiro da Independência, junto a um campo de futebol e perto da escola primária.
Em termos gastronómicos e aliado ao culto de hospitalidade do Alto Minho, os enchidos de porco, o cabrito assado no forno merecem a nossa referência.
A Associação Bovina do Vale de S. Miguel é a principal colectividade desta freguesia.
Ainda a respeito da história desta Freguesia, pode ler-se na íntegra no livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” que diz textualmente:
Na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, em 1258, Sago, que se denominava “Zago”, é citada como sendo uma das igrejas do bispado de Tui.
Enquadrava-se no arcediagado de Cerveira.
No catálogo das mesmas igrejas, mandado elaborar pelo rei D. Dinis em 1320, São Miguel de Sago foi taxada em 30 libras.
Em 1444, D. João I conseguiu do papa que este território fosse desmembrado do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu
ao bispo de Ceuta a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513. o papa Leão X aprovou a permuta.
Na avaliação dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença, feita entre 1514 e 1532, Sago apresenta de rendimento 46 réis. Em 1546, foi avaliada em 30 mil réis.
Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, a metade sem cura de Sago era da colação do arcebispo e a outra, com cura, da apresentação de Sanfins de Friestas.
Segundo Américo Costa, Sago foi depois vigairaria da apresentação do Colégio da Companhia de Jesus de Coimbra e, mais tarde, da Universidade, passando por fim a reitoria.
Lendas em que se refere a Freguesia de Sago
O Outeiro Pedroso
Lá para os lados do Monte do Castelo, na Freguesia de Sago, existia, como o próprio nome o diz, um castelo onde moravam, em tempos antigos, os mouros. Quem morava à volta do local conhece a «buraca da Moura», as pias onde os mouros se lavavam, e o morro que encima o castelo, a que o povo chama de «Curunha do Castelo». Há quem diga que os mouros subiam lá para cima com uma cometa, que tocavam quando avistavam alguém a aproximar-se. Nessa altura, formavam-se grupos dos dois lados, e aquilo era pedrada de todo o tamanho! Os mouros não deixavam lá entrar ninguém. Quando queriam sair seguiam pela «buraca da Moura» até ao castelo da Lapela, por um túnel subterrâneo. Alguns afirmam que esse túnel ia até à outra margem do Minho.
Com o tempo desapareceram todos e só por lá ficou uma moura, sozinha, escondida na maior parte do tempo, aparecendo só pela manha, quando penteava os longos cabelos ao sol.
Ora, dizia-se, a Moura escondia tesouros fabulosos, mas era preciso desencantar a Moura e os tesouros para os conseguir trazer para casa. Sabiam os mais velhos que era preciso levar lá um arado com galinhas cangadas! Só assim o tesouro sairia de dentro dos penedos que se encontravam no castelo.
Um certo dia, uns homens da aldeia foram à mourama e levaram, ao cantar dos galos, dois galos cangados com um arado. Subiram ao castelo nessa companhia, na esperança de conseguirem o tão ambicionado tesouro da Moura. Os galos começaram a cantar e, entre um barulho imenso, o penedo começou a abrir-se. Mas, de dentro do penedo só saíam cobras! Quanto mais o penedo abria, maiores eram as cobras. Os homens nem queriam acreditar no que viam. Cheios de medo, gritaram uns para os outros:
– Valha-nos Jesus Cristo!
E o desabafo apresentou-se como ordem de fugida. Largando galos e todas as pertenças, deram a correr para bem longe dali. Mais tarde, quando um mais corajoso foi ver o resultado, encontrou o penedo bem fechado, como sempre estivera no passado.
A Pedra Sobreposta
Sempre os homens se interrogaram das formas e razões que justificam as posições dos muitos penedos que enfeitam os montes destas terras. Como se colocaram uns em cima dos outros, em equilíbrios de malabaristas? Se muitos não chegaram a qualquer conclusão o mesmo não se pode dizer dos moradores de Sago.
A gente de Sago, diz que a Pedra Sobreposta está naquela posição desde o dilúvio. Depois do pecado dos homens, querendo Deus castigar o mundo das maldades, fez cair sobre a terra tal quantidade de água que tudo foi levado pelas enxurradas. Nada conseguia fazer parar as chuvas e as torrentes, que tudo arrasavam. Foi nessa ocasião que um penedo muito grande, vindo com a água, ficou em cima de outro, e por isso lhe chamam de Pedra Sobreposta.
Depois do dilúvio ficou ali para sempre como memória, para que os homens não esqueçam o poder de Deus.
INFORMAÇÃO SUMÁRIA DA FREGUESIA DE LORDELO
Padroeira: Santa Maria / N. Sra. da Expectação.
Habitantes: 141 habitantes (I.N.E.2011) e 116 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Agricultura e pecuária, construção civil, cantaria e exploração de pedreira.
Tradições festivas: Senhora da Piedade (3º domingo de Setembro) e Senhora da Expectação (18 de Dezembro).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, Capela da Sra. da Piedade e cruzeiros do Senhor dos Aflitos e da Sra. da Piedade, Pico da Fonta da Cuva.
Gastronomia: Enchidos de porco, sarrabulho e pratos de bacalhau.
Artesanato: Tecelagem em linho.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS DA FREGUESIA DE LORDELO
Ocupando uma área de cerca de 552 ha, sensivelmente no coração do concelho, Lordelo dista cerca de nove quilómetros da vila de Monção. Confronta com Longos Vales e Sago, a norte, Anhões, Luzio e Trute, a sul, Merufe, a nascente, e Parada, a poente. São seus lugares principais: Porto, Porta, Hospital, Terças e Souto de Baixo. Foi abadia da apresentação da Casa da Agra e, por troca, passou para a Casa de Barbeita.
A antiga paróquia de Lordelo do Monte tinha, até ao ano de 1595, como seu lugar principal a actual freguesia de Parada.
O Cruzeiro do Senhor dos Aflitos foi construído por Manuel Cerqueira, em 1879. A coluna é muito trabalhada, com pequenos relevos, e a coroá-la está a imagem do Senhor dos Aflitos.
Privilegiada pela Natureza, esta freguesia goza de vistas panorâmicas dignas de referencia, conta igualmente com pequenos cursos de águas límpidas onde nesse aspecto se destaca o rio Lordelo.
RESENHA HISTÓRICA DA FREGUESIA DE LORDELO
No livro,”Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo”, pode ler-se na integra:
«Na lista das igrejas do território de Entre Lima e Minho, elaborada, em 1258, por ocasião das inquirições de D. Afonso III, é citada como sendo uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui.
No catálogo, de 1320, das mesmas igrejas, mandado organizar pelo rei D. Dinis, foi taxada em 48 libras. Estava na época enquadrada na terra de Valdevez.
Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença foi desmembrada do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu ao Bispo de Ceuta, D. Henrique, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.
Na avaliação dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença, organizado entre 1514 e 1532, pelo arcebispado de Braga, Lordelo tinha de rendimento 33 réis. Em 1346, Santa Maria de Lordelo rendia 20 mil réis.
Na cópia de 1580 de D. Frei Baltasar Limpo, diz-se que São Martinho de Parada estava anexada perpetuamente a Santa Maria de Lordelo, sendo da apresentação de leigos, nomeadamente de Leonel de Abreu. Álvaro de Novoa, João Preto, Gonçalo e Catarina do Hospital (?) e João Vaz. No mesmo documento refere-se que o direito de apresentação desta igreja pertencia, desde o ano de 1532, “in solidum” a Leonel de Abreu».
INFORMAÇÃO SUMÁRIA DA FREGUESIA DE PARADA
Padroeiro: S. Martinho.
Habitantes: 109 habitantes(I.N.E.2011) e 146 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Agricultura e pecuária, vinicultura, transformação de madeira e pequeno comércio.
Tradições festivas: Senhora da Ajuda (15 de Agosto) e S. Martinho (11 de Novembro).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial e Ponte de Parada, fonte da igreja, moinhos e engenho de serrar.
Gastronomia: Cabrito assado no forno de pão.
Artesanato: Tecelagem em linho.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS DA FREGUESIA DE PARADA
Localizada a oito quilómetros da vila de Monção, a sede do concelho a que pertence, Parada ocupa uma área com cerca de 176 ha, na encosta da Serra da Anta. Os seus limites estão assim definidos: a norte estão as freguesias de Sago e Cambeses, a nascente a Freguesia de Lordelo, a sul a Freguesia de Trute e a poente a Freguesia de Moreira.
Seus lugares são: Redemouro, Quintão, Rio, Parada e Toleiro.
RESENHA HISTÓRICA DA FREGUESIA DE PARADA
Em 1595 a freguesia de Parada foi emancipada de Santa Maria de Lordelo.
Há quem ligue a origem do topónimo Parada a uma família da Galiza, sobressaindo-se o nome de D. Soeiro Anes de Parada.
Ainda acerca da história desta Freguesia pode ler-se na íntegra no livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” diz textualmente:
«Na lista das igrejas do território de Entre Lima e Minho, elaborada, em 1258, por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, Parada é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui. Em 1546, figura no Memorial feito pelo vigário Rui Fagundes, durante o arcebispado de D. Manuel de Sousa. Era ao tempo anexa a São Pedro de Riba de Mouro, sendo, por isso avaliada conjuntamente com ela.
Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, figura como anexa “in perpetuum” da Igreja de Santa Maria de Lordelo.
Américo Costa descreve-a como abadia da apresentação dos Abreus da Casa de Regalados, no termo de Monção.»
Fontes consultadas: Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo, Lendas do Vale do Minho, Dicionário Enciclopédico das Freguesias.